Designer de cabelo e maquiagem indicada ao Oscar ‘Cruella’, fala sobre a narrativa looks ousados

Antes de Cruella de Vil se tornar a vilã implacável e designer de moda caçadora de cães que todos conhecemos, ela era Estella. Em Cruella da Disney uma história de origem do personagem-título – maquiagem e cabelo são contadores de histórias cruciais, enquanto Estella embarca em sua jornada para se encontrar.

Interpretada por Emma Stone, Estella costuma usar maquiagem e cabelo como disfarce para encobrir partes únicas de si mesma, como seu infame cabelo preto e branco, para se encaixar mais na sociedade.

“Com cabelo e maquiagem simples, isso significava que quando começamos a descobrir quem era Cruella, tínhamos apenas essa tela em branco para poder brincar”, disse a cabeleireira e maquiadora Nadia Stacey sobre seu processo de desenvolvimento dos looks.

“Ela ainda não tinha descoberto quem ela é na moda. Isso me deu a oportunidade de mudar continuamente sua silhueta, mudar continuamente as cores.”

Stacey foi indicada ao 94º Oscar de melhor maquiagem e penteado, junto com o resto de sua equipe Naomi Donne e Julia Vernon. A categoria também reconhece The Eyes of Tammy Faye, Coming 2 America, Dune e House of Gucci. Anteriormente, Stacey ganhou um prêmio BAFTA por seu trabalho em A Favorita.

Abaixo, Stacey conversa com THR sobre as influências para o visual de Cruella, colaborando novamente com Stone e criando looks para a versão modernizada da vilã.

Quando penso em Cruella, seu visual icônico imediatamente vem à mente.

Para maquiagem e cabelo, de onde você começou sua pesquisa e de quais influências você tirou?

É uma história de origem, então nas outras versões, você nunca conheceu Estella antes. Então comecei com Estella, a pensar em quem ela era. Pensei nessa jovem morando em Londres, em 1977. O que está acontecendo socialmente, que música ela ouve? Que livros ela está lendo? Você sabe, esse tipo de coisa. Eu sempre me coloquei na mente da personagem, e senti que ela teria um tipo de garota bem básica, mínima, com um batom, um delineador com um pouco de rímel. Com cabelo e maquiagem simples, isso significava que quando começamos a descobrir quem era Cruella, tínhamos apenas essa tela em branco para poder brincar.

E todos esses momentos em que conhecemos Cruella, muitos deles são grandes momentos de moda em que ela está invadindo e quer causar impacto. Então isso significava que não havia como segurar o quão grande poderíamos ir. Nada parecia fora da mesa realmente. Eu olhei para todas as referências e tentei pegar coisas emprestadas de todos os lugares para juntar tudo, o que também parecia muito punk.

A maquiagem de Cruella no filme conta uma história, pois ela continua a crescer e mudar como personagem.

Com isso em mente, como você criou os looks de maquiagem de Emma à medida que eles mudam ao longo do filme?

Eu senti que o cabelo e a maquiagem são meio que seu próprio personagem, porque é usado tanto como parte do processo de contar histórias. Desde o início, você conhece a jovem Cruella com esse cabelo preto e branco. Então, ela precisa esconder, ela precisa pintar o cabelo. E então há uma mudança de maquiagem lá, há uma mudança de cabelo lá. Ela precisa se disfarçar porque a Baronesa sabe quem é Estella, então ela precisa usar maquiagem e cabelo para se disfarçar novamente. Era uma espécie de pensamento: “Como você pode se esconder?” Muitos dos grandes looks são uma espécie de máscara, baseada em engano.

Gostei da ideia de que ela ainda não tinha descoberto quem ela é na moda. Então isso me deu a oportunidade de jogar também. Isso me deu a oportunidade de mudar continuamente sua silhueta [e] mudar continuamente as cores. Nada parecia como se tivéssemos que nos ater ao “oh, ela só usaria batom escuro”. Como quando ela sai do caminhão de lixo, quando ela joga todas as roupas, ela está jogando fora a coleção de primavera da Baronesa. Então eu pensei: “bem, se é a coleção de primavera, então a maquiagem deve ser rosa e azul e amarelo e cores mais claras”. Mas quando ela está na moto e tem a maquiagem “Futuro” no rosto, é um visual mais difícil. Então, pode ser preto e vermelho e cores mais duras. Então está tudo lá no script para você encontrar, e é como você interpreta. Sua maquiagem era como seu próprio personagem.

É uma visão modernizada da história de Cruella, como você se certificou de que isso brilhasse?

Acho que o punk teve um papel importante nisso. Em 1977, esse foi um grande movimento em Londres. Eu realmente acho que isso influenciou massivamente nos looks porque o punk é uma incompatibilidade de muitos looks diferentes. A essência geral e a estética do punk definitivamente influenciaram os looks porque eu pegava algo como uma peruca do século 18, mas depois estragava e colocava levemente inclinada, então não era a mesma coisa. Acho que vir de The Favorite me deu coragem para fazer isso porque era uma peça de época, mas também fizemos coisas em The Favorite que não eram corretas de época. Nós meio que borramos as linhas. Então, acho que tive a coragem de fazer isso antes para tentar novamente. E eu sempre quis que fosse algo relacionável. Eu queria que as pessoas olhassem para os looks de Estella e se inspirassem neles.

Como foi colaborar com Emma novamente depois de A Favorita?

Ela é tão grande. Ela é tão divertida e tão fácil. Nós nos divertimos muito juntos. É um espaço muito legal, criativo e seguro para brincar. E ela adora maquiagem. Ela adora maquiagem e produtos, e ela está meio empolgada com eles. Então ela era como uma criança em uma loja de doces, então ela me deixava brincar. Foi muito bom, e muito bom vê-la se transformar nesse personagem, porque isso é algo grande para preencher e eu achei que ela fez um trabalho incrível.

Cruella se expressa através de sua aparência, seja através de seu cabelo, maquiagem e roupas.

O que você espera que o público tenha tirado dessa mensagem de usar moda e beleza para fazer uma declaração?

Bem, fiquei absolutamente impressionado com a resposta do que o cabelo e a maquiagem fizeram. O que tem sido realmente bonito é que eu sempre senti no filme que, à medida que ela avançava, ela crescia em confiança. Sua aparência ficou maior e ela ficou mais corajosa. [Sua maquiagem] estava dando a ela a confiança de ser ela mesma. E no final, em vez de se esconder atrás dessas máscaras, quando a vemos pela última vez, ela está com essa maquiagem de beleza. Ainda é o visual da Cruella, mas é lindo. Ela se aceitou e disse: “Estou aqui. Eu sou Cruela.” E mesmo que seus amigos não gostem, ela fica tipo “essa é quem eu sou”.

Obviamente, na época, você nem imagina que algo assim vai acontecer. Eu nunca tinha trabalhado em nada que tivesse esse tipo de exposição antes. Então, eu não sabia que ia fazer isso, mas recebi tantas mensagens bonitas de pessoas que disseram que lutam para ser quem são. E muitas pessoas que fazem cosplay e coisas assim para se vestirem com um personagem e se tornarem outra pessoa e criarem uma persona, isso realmente os ajuda. Por estarmos em confinamento, acho que todo mundo não se preocupou com maquiagem, certo? Então tem sido realmente emocionante de ver, e muito adorável que as pessoas tenham feito suas próprias interpretações dos looks também.

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